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		Decisões Tomadas por Pessoas com Transtorno de Personalidade Borderline: 
		Implicações e Considerações 
		
		O transtorno de 
		personalidade borderline (TPB) é um dos transtornos de personalidade 
		mais complexos e, frequentemente, mal compreendidos. Pessoas com TPB 
		podem apresentar instabilidade emocional, comportamentos impulsivos e 
		dificuldades em manter relacionamentos interpessoais estáveis. Essas 
		características podem afetar significativamente as decisões tomadas por 
		quem vive com essa condição. Este artigo explora como o transtorno 
		borderline pode influenciar a tomada de decisões e o impacto que isso 
		pode ter nas esferas jurídica e social, além de considerar o papel do 
		tratamento na capacidade de decisão dessas pessoas. 
		 
		
		
		O que é o Transtorno de Personalidade Borderline? 
		
		O TPB é caracterizado por um padrão persistente de instabilidade nas 
		relações interpessoais, na autoimagem e nos afetos, além de 
		impulsividade marcante. De acordo com o DSM-5 (Manual Diagnóstico e 
		Estatístico de Transtornos Mentais), uma pessoa com TPB pode apresentar 
		sintomas como: 
		
		Medo intenso de abandono, 
		
		Padrões de relacionamento instáveis, 
		
		Sentimentos crônicos de vazio, 
		
		Raiva intensa e inadequada, 
		
		Comportamento impulsivo em áreas potencialmente prejudiciais, como 
		gastos, sexo ou abuso de substâncias. 
		
		Essas características podem comprometer a capacidade de julgamento, o 
		que levanta questões importantes sobre a autonomia e a responsabilidade 
		de suas decisões. 
		 
		
		
		A Influência do Transtorno Borderline nas Decisões 
		
		Uma pessoa com TPB pode experimentar variações rápidas de humor, o que 
		afeta diretamente seu julgamento. Em muitos casos, a impulsividade 
		característica do transtorno pode levar a decisões precipitadas, tomadas 
		sem considerar as consequências de longo prazo. Isso se aplica tanto às 
		decisões pessoais quanto às profissionais e financeiras. 
		 
		
		
		Impulsividade e Decisões Impulsivas 
		
		A impulsividade é uma marca registrada do transtorno. Muitas pessoas com 
		TPB relatam que tomam decisões rapidamente, muitas vezes em resposta a 
		um estado emocional intenso. Um exemplo clássico são as decisões 
		relacionadas ao fim abrupto de relacionamentos ou mudanças 
		significativas de emprego. Essa impulsividade pode dificultar a 
		capacidade de refletir sobre as consequências das decisões tomadas, o 
		que, em um contexto jurídico, levanta questões sobre a autonomia e o 
		consentimento informado. 
		 
		
		
		Ciclos de Idealização e Desvalorização 
		
		Outro aspecto relevante do TPB é o ciclo de idealização e 
		desvalorização, onde uma pessoa com o transtorno pode, em um momento, 
		idealizar uma pessoa ou situação, para logo em seguida desvalorizá-la. 
		Isso pode influenciar decisões que envolvem confiança, como nomear uma 
		pessoa para cuidar de suas finanças ou tomar decisões judiciais 
		importantes. Esse ciclo pode levar à instabilidade nas escolhas, 
		prejudicando não apenas o indivíduo, mas também aqueles ao seu redor. 
		 
		
		
		Tratamento e Capacidade de Decisão 
		
		Embora o TPB seja considerado um transtorno severo, ele é tratável. 
		Terapias como a Terapia Comportamental Dialética (TCD) têm mostrado 
		grande eficácia em ajudar pessoas com TPB a regular suas emoções e tomar 
		decisões mais equilibradas. No entanto, a capacidade de decisão pode 
		variar consideravelmente dependendo de o tratamento estar sendo seguido 
		de forma regular e eficaz. 
		 
		
		
		Terapia Comportamental Dialética (TCD) 
		
		A TCD é uma das formas mais recomendadas de tratamento para o TPB, pois 
		ensina habilidades práticas de regulação emocional, além de trabalhar 
		com a aceitação e o enfrentamento das emoções intensas que os indivíduos 
		com TPB frequentemente experimentam. Pessoas em tratamento adequado 
		tendem a demonstrar uma melhora significativa na capacidade de tomar 
		decisões ponderadas e de longo prazo, reduzindo a impulsividade. 
		 
		
		
		Capacidade Civil e Autonomia Jurídica 
		
		Uma questão fundamental quando se discute a tomada de decisões por uma 
		pessoa com TPB é a capacidade civil. O Código Civil Brasileiro define a 
		capacidade civil plena como a habilidade de exercer pessoalmente os atos 
		da vida civil, desde que o indivíduo seja capaz de compreender as 
		consequências de seus atos. No entanto, no caso de uma pessoa com TPB, a 
		avaliação de sua capacidade de decisão pode ser mais complexa, 
		especialmente em momentos de crise emocional ou instabilidade severa. 
		 
		
		
		A Intervenção Judicial 
		
		Em alguns casos, pode ser necessário que a capacidade de uma pessoa com 
		TPB seja questionada judicialmente, especialmente se suas decisões 
		estiverem resultando em prejuízos para si ou para outros. Isso pode 
		levar à interdição parcial ou à nomeação de um curador, que seria 
		responsável por auxiliar nas decisões financeiras ou patrimoniais, por 
		exemplo. 
		 
		
		
		Direito e Tratamento Psiquiátrico 
		
		A jurisprudência brasileira é cuidadosa ao tratar de casos que envolvem 
		pessoas com transtornos mentais, incluindo o TPB. A nomeação de um 
		curador ou a interdição civil só ocorre quando é claramente demonstrado 
		que o transtorno compromete a capacidade de tomar decisões racionais. Em 
		casos onde o tratamento psiquiátrico está sendo seguido de forma 
		adequada, as chances de manutenção da autonomia são maiores. 
		 
		
		
		Responsabilidade Jurídica 
		
		Um ponto delicado relacionado ao TPB é a responsabilidade jurídica por 
		ações cometidas sob influência de crises emocionais. Embora o TPB possa 
		afetar a clareza e a racionalidade em momentos de crise, o transtorno 
		não exime automaticamente a responsabilidade legal por ações. Contudo, 
		em certas situações, como quando uma decisão é tomada em um momento de 
		crise aguda, pode-se discutir a responsabilidade atenuada. No entanto, 
		essa questão é sempre analisada caso a caso, levando em consideração o 
		contexto e a gravidade do transtorno. 
		 
		
		
		Jurisprudência sobre Transtornos Mentais 
		
		Decisões judiciais que envolvem pessoas com transtornos mentais, 
		incluindo o TPB, geralmente requerem a avaliação de um perito 
		psiquiátrico. Esses profissionais têm a responsabilidade de avaliar se, 
		no momento da ação ou decisão, o transtorno comprometeu a capacidade de 
		discernimento do indivíduo. Casos anteriores no Brasil indicam que, em 
		situações extremas, onde o transtorno impediu o controle das ações, a 
		responsabilidade pode ser mitigada, embora isso não seja uma regra 
		geral. 
		 
		
		
		Conclusão As decisões tomadas por pessoas com transtorno de personalidade borderline estão diretamente influenciadas pela natureza do transtorno, caracterizada por instabilidade emocional, impulsividade e ciclos de idealização e desvalorização. Embora o transtorno possa, em certos momentos, comprometer a capacidade de tomar decisões racionais, tratamentos como a Terapia Comportamental Dialética oferecem ferramentas para melhorar a regulação emocional e a tomada de decisões. No âmbito jurídico, é essencial considerar o tratamento e a gravidade do transtorno antes de questionar a autonomia ou a capacidade civil de uma pessoa com TPB. A responsabilidade por decisões e ações continua a ser avaliada caso a caso, com a ajuda de perícias psiquiátricas e de acordo com os princípios legais em vigor.  | 
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